terça-feira, outubro 10, 2006

A Geração Control C e Control V

Hoje o público leigo comumente associa a educação inovadora ao uso de tecnologia em sala de aula. Que um laboratório de informática resolverá por si só todos os problemas da educação, do ponto de vista da própria comunidade.
Na verdade, amparado em estudos de especialistas da questão, dentre eles, Léa Fagundes, do LEC - Laboratório de Experiências Cognitivas da UFRGS, é possível compreender que a máquina é apenas uma ferramenta a mais no processo de ensino-aprendizagem, mas não a única ou a melhor... Que não adianta máquina velozes sem educadores capacitados continuamente para a utilização desses equipamentos... que compreende também infra-estrutura, manutenção e atualização, tant de maquinário como de conceitos...
O computador não veio para excluir o uso do quadro negro, giz e apagador... Ele deve ser considerado uma formaa mais de facilitação, mas nunca de substituição; do contrário, cometeremos o mesmo erro da geração Data Show, em que alguns ficam umbilicalmente dependentes da tecnologia, na apresentações de slides, onde são lidos quadro a quadro uma enormidade de conceitos, definições, imagens e efeitos especiais, mas o conteúdo e a interação que deveria ser privilegiada é por demais parecida àquela do professor que repete sempre o mesmo conteúdo, ano após ano, independente da platéia e da realidade que o circunda...
O show deve ser a educação da qualidade, libertária e emancipadora, e nunca o equipamento ou seu operador. Os meios tecnológicos devem ser encarados como meros acessórios de uma prática educacional, até pelo fato de que, na impossibilidade de funcionamento da máquina, pela falta de energia elétrica e outros inconvenientes tão comuns hoje em dia, nada se tenha a fazer, senão cruzar os braços e aguardar a volta da "luz", ou a solução do problema técnico.
Mais, vemos os jovens adotarem com freqüência os recursos Control C (copiar) e Control V (colar), que é copiar a opinião de outros (em páginas da internet) para suas pesquisas escolares, não exercitando o senso de análise e criticidade, tampouco refletindo sobre os temas propostos pelo educador.
Copiar e colar a idéia alheia como se fosse sua, sem a referência à fonte é plágio!... Podemos citar opiniões que comprovam nossas alegações, mas devemos publicar junto nossa visão sobre certos aspectos, sejam quais forem. Todo o assunto tem seus pontos positivos e negativos, e o alunado deverá saber desde a mais tenra idade que nada é de todo mal, ou de todo bem... (meio yin e yang). Que é o exercício do contraponto, do respeito à opinião contrária que se chega ao meio-termo e ao bom senso... Senão, veremos o nascimento do Joãozinho-do-Passo-Certo (aquela referência ao menino que marchava sempre batendo o pé direito, enquanto todo o restante do pelotão batia primeiro o pé esquerdo. Para o Joãozinho, ele estava certo e os demais eram os errados da história não tão faz-de-conta assim...).
Ah, descobri recentemente com alguns jovens que existe também o comando Control X (que copia e cola ao mesmo tempo), o que facilita mais a vida de que está com pressa e sem paciência pra leituras longas. Risos. Como adoro ler e comentar o que aprendo, esse recurso provavelmente jamais usarei...